sexta-feira, 5 de agosto de 2011









Tramita na Câmara o Projeto de Lei 428/11, do deputado Luiz Couto (PT-PB), que insere no Código Civil (Lei 10.406/02) a recomendação para que juízes incentivem a mediação familiar em casos de divórcio.




Por meio da mediação familiar, os casais têm a ajuda de uma terceira pessoa (um técnico neutro e qualificado), que pode ajudá-los a resolver seus conflitos e alcançar um acordo durável, levando em conta as necessidades de todos os membros da família, em especial as crianças.


Segundo o Instituto Português de Mediação Familiar, a mediação é uma alternativa à via litigiosa. Ajuda os pais a não abdicarem da sua responsabilidade como pais e leva-os a assumirem, eles mesmos, as suas próprias decisões.


O objetivo principal é que os pais, depois da separação, mantenham convívio intenso e frequente com seus filhos e não fiquem lesados no seu acordo de separação.


Segundo Luiz Couto, a utilização da mediação no âmbito das relações de família e na resolução de conflitos é uma antiga reivindicação de entidades que representam magistrados, advogados, promotores de justiça, psicólogos, psicanalistas e sociólogos.


O deputado argumenta que a mediação familiar fundamenta-se na cultura da paz e do diálogo e não na mera pacificação de conflitos, como ocorre na conciliação, ou em sentenças proferidas por um árbitro que não investiga o que motivou a discórdia, como no caso da arbitragem.


“A linguagem ternária [que envolve três partes] utilizada no processo de mediação pretende construir uma solução para os conflitos por meio da comunicação, do diálogo, sem, no entanto, que o mediador decida a controvérsia”, afirma.


A proposta é semelhante ao PL 4948/05, do ex-deputado Antonio Carlos Biscaia, que foi arquivado no fim da legislatura passada, pelo fato de não ter concluído sua tramitação.
E é idêntica ao PL 505/07, do deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA), que já foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família e aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.


TramitaçãoO projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.



Fonte: IBDFAM




Retirado do blog Dr. Conraldo Paulino

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O relacionamento chegou ao fim? Recomece!

A maioria dos casais, quando resolvem unir as escovas de dentes, tomam esta decisão com uma certeza – ou com uma forte vontade – de que esta União seja para sempre, e com toda certeza estão certos em pensar desejar assim. Entretanto, infelizmente muitos relacionamentos chegam ao fim.




E quando este fim ao chega, quase sempre os dois sofrem, mesmo aquele que tomou a coragem de dizer: Acabou. E, muitas vezes, este que toma a iniciativa é visto como o vilão da história, aquele que chega correndo e destrói o castelo tão demorado para ser construído. Mas a psicóloga da Unifesp, Mara Pusch, afirma que o fim ocorre quando o namoro, ou casamento deixa de ser saudável. "Quando uma relação acaba, na verdade, os dois sabem. Mas, um é mais corajoso para tomar a iniciativa de terminar", acredita.

Ocorre que a realidade é bastante difícil de ser aceita, porém clara, para casar é necessário a soma das vontades, mas para separar apenas uma vontade basta, a psicóloga Sueli Castillo compartilha da mesma opinião. "Se apenas um ama não existe mais a relação".

Trabalhando com o direito das famílias, percebemos que este momento é bastante complicado, realmente um luto que demora a passar. Porém algumas pessoas, mesmo quando já deixaram de amar, se negam a aceitar que o fim chegou, e passam a nutrir um ódio imenso daquele que tomou a iniciativa. E, às vezes este sentimento se torna descontrolado ao ponto de passar a usar os próprios filhos para ferir o outro, o que só aumenta os conflitos, as tristezas a dor de toda a família e dos amigos.

Uma coisa é certa: Sabemos que é difícil superar o momento do término do relacionamento, porém uma coisa é mais certa ainda, é preciso superar e seguir a vida, afinal de contas estamos aqui para ser feliz.

Vamos a partir de agora postar depoimentos, textos, artigos de pessoas que superaram este momento.

Participe! Conte sua historia de superação.

Todos os dias é um novo dia para ser Feliz!





A Terapia do Coração

Fonte: revistamarieclaire.globo.com


O psicólogo Ailton Amélio* utiliza há sete anos um método para ajudar homens e mulheres a romper os vínculos amorosos. a técnica não é rápida nem indolor, mas ajuda a aliviar o sofrimento da separação


Marie Claire – Quando se perde um amor, dá para se desapaixonar? Existe algum método? 
Ailton Amélio – Sim, existem maneiras de apressar o término do amor. Não é fácil, não é mágica nem força de vontade. É demorado, exige várias sessões de terapia. Mas há um método eficiente, que desenvolvi a partir de muitos estudos que existem sobre o tema. 




MC – Conte sobre esse trabalho. O senhor recorreu a um escritor para entender de amor? 
AA – O escritor francês Jean-Marie Stendhal é conhecido pelos romances, mas ele também escreveu uma teoria sobre o amor, que é bem conceituada. Segundo ele, são necessárias três coisas para o amor nascer: admiração, esperança e uma dose de insegurança.




MC – Como aplicar isso no consultório? 
AA – Uso a teoria de Stendhal ao contrário. A pessoa admira o outro e tem esperança que um dia haverá reciprocidade. Geralmente a admiração é baseada em idealização. Então, começo a questionar o paciente por aí: 'O outro é assim mesmo? Como é que você sabe? Faça uma lista das características positivas e negativas dele. Por que considera isso positivo? Isso é positivo agora, mas viver com uma pessoa assim seria desejável?'. O objetivo não é distorcer o que a pessoa vê, mas procurar fazer com que ela se conscientize do que é real e do que é imaginação, e que entre em contato com o lado negativo. Quando a pessoa está apaixonada, subestima a importância do que é negativo. 




MC – Como avaliar a esperança de alguém apaixonado? 
AA – Eu ajudo o paciente a verificar se a reciprocidade realmente existe. Mando ir checar para ver se é correspondida, se a coisa rola, se vai para frente. 




MC – Mas os apaixonados montam as histórias do jeito que querem. O outro pode até avisar, mas o apaixonado não ouve... 
AA – É preciso verificar com eficácia. Existem sinais que a pessoa emite. Por exemplo, pegar na mão do outro e ver se ele corresponde, se entrelaça os dedos, se retribui o beijo... Existe uma escala de táticas graduais. Com delicadeza, a pessoa terá a sua resposta. E quando se recebe um 'não' definitivo, acaba a esperança e o amor morre. Não imediatamente, mas acaba. É dolorido, mas um 'não' abrevia o sofrimento da pessoa apaixonada.




MC – O senhor usa este método em que situações? 
AA – Em casos de separação, de 'foras', de traição. Quando a pessoa não consegue se desvencilhar da história. Mas ninguém se desapaixona de repente, é um processo, leva meses. Mas é possível ajudar e aliviar a dor. 




MC – Existe 'morte súbita' no amor? Um rompimento inesperado, que desestrutura o outro? 
AA – Não acredito. O parceiro sempre emite sinais de que algo não vai bem. 




MC – Existe um caminho a percorrer para quem quer se desapaixonar? 
AA – Tem gente que chega no consultório apaixonadíssima, sofrendo, obcecada, muitas vezes ultradeprimida. Há várias maneiras de mudar o quadro. Tem o clássico 'amor com amor se cura'. Às vezes, para se desapaixonar, a pessoa tem que melhorar a auto-estima, principalmente quando ela está se sentindo um lixo, acha que não vai encontrar outra pessoa, que o parceiro era maravilhoso e representava a última oportunidade de felicidade. 




MC – Quando se cria uma fantasia muito grande do outro, é difícil mudar sua imagem. 
AA – Não é fácil, até porque muitos sinais de amor se confundem com amizade e gentileza. Tive uma paciente que via um sinalzinho qualquer e ficava alegre. No outro dia, ele dava um sinal diferente, ela ficava triste. Ela não sabia se ou outro gostava dela ou não. Ela era tímida e foi necessário trabalhar isso. Aí ela verificou e ficou sabendo que o sujeito ia casar com outra. Ela estava há dois anos desse jeito... Existem situações ambíguas que alimentam indefinidamente o amor. 




MC – Uma hora o parceiro quer, depois ele some ou fica evasivo: a ambigüidade dificulta o desligamento? 
AA – Completamente. Tratei de uma pessoa que tinha um amante e estava tentando se separar dele. Ela melhorava, depois regredia porque o outro, quando via que ia perdê-la, dava esperanças de novo. Tive que chamá-lo ao consultório. Ele felizmente veio, e não tinha consciência do mal que estava fazendo. A moça estava perdendo o emprego, estava com a saúde abalada. Quando ele soube, parou de dar esperança. Ela sofreu pra burro. O sofrimento é agudo, mas é abreviado. E aí a vida continua... Se ele não viesse, a terapia teria que ajudá-la a perceber que era um jogo indefinido, que ele nunca se comprometia. 




MC – Muitas pessoas sofrem com infidelidade, mas se apaixonam por infiéis. Por quê? 
AA – O problema é que você acha que, com você, o outro vai ser fiel... A pessoa apaixonada quer acreditar que foi só uma vez; o parceiro pode dizer que aquilo não significou nada e ela quer acreditar. Mas depois de duas, três, quatro vezes, a pessoa perde a esperança e este elemento é 'desapaixonador'. 




MC – As pessoas mais sedutoras são as mais ambíguas? 
AA – Às vezes a pessoa não esclarece a situação, dizendo que não quer magoar o outro -mas o que quer é deixar a porta aberta por interesse. Ou então está inseguro mesmo, aí tem direito de esperar mais para decidir. Mas tem o estilo 'Don Juan', gente que tem dificuldade em fazer vínculos. Não fecha as relações, deixa sempre a possibilidade da volta. Neste caso, quem tem que fechar a relação é quem se apaixonou pelo 'Don Juan'. 




MC – Qual a melhor atitude a tomar quando deixamos de amar alguém? 
AA – Eu sugiro que se mate o amor do outro. É cruel deixar no ar, ser dúbio, porque o outro fica apaixonado um tempão. Isso é uma pseudo dó do outro, é o maior desserviço que se pode fazer. Vai prolongar o tempo em que o outro vai ficar apaixonado, esperando. Parece cruel romper, mas não é. É como dar uma injeção numa criança, que tem medo da dor. Mas se não der, vai gangrenar. Tem que falar claro. Com jeito, com respeito, mas de maneira definitiva. Não deixe esperança. Ele sofre, é dolorido, mas é rápido. Senão a pessoa fica com o coração ocupado, não segue a vida, não entra em outra relação. 




MC – Mas nem tudo é tão claro. Existe conflito e contradição na relação de amor... 
AA – A ambiguidade é intrínseca ao relacionamento amoroso, mas no começo. Todo início é ambíguo por natureza, é para ser assim mesmo, as pessoas estão se conhecendo e ainda não têm certeza de nada. Todos os animais que formam pares duradouros vivem um tempo longo de cortejamento, até a coisa colar. Porque você pode desistir, querer outro, é um processo de escolha ainda. A insegurança é natural. Mas quando não quer mais, não seja ambíguo. Causa mal, causa dano.



Entrevista a Daniela Chiaretti 
* Ailton Amélio é professor no Instituto de Psicologia da 
Universidade de São Paulo e autor do livro 'O Mapa do Amor' (Ed. Gente).

Bye Bye, Tristeza

A relação acabou? 12 passos para curar a dor-de-cotovelo e começar uma nova vida!

Por Michaela Von Schmaedel / fotos


Fonte: elle.abril.com.br


O que não falta na seção de auto-ajuda das livrarias são títulos sobre como superar o fim de um relacionamento. Afinal, o mundo é um casa-e-separa non-stop, e uma mãozinha nessas horas sempre é bem-vinda. Mas alguns livros, com dicas práticas e espertas, bem que poderiam estar ou estão na seção de humor. Como assim? Você aí, se debulhando em lágrimas, e a gente falando em fazer graça da sua desgraça? Calma, garota. O fato é que uma separação, dependendo do ângulo que você olha a coisa, pode tornar a vida bem mais divertida. Ainda mais se o caso já estava mais do que terminado e ruim pra chuchu, como costumam ser os derradeiros meses.


Para ajudar nesse período de reabilitação, ELLE fez uma pesquisa, conversou com consultores escolados no assunto e preparou um roteiro com 12 passos rumo à cura da dor-decotovelo qualquer semelhança com os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos é mera coincidência. Então, largue essa caixa de bombons, pare um pouco de ouvir o CD da Maria Bethânia e veja como sair dessa para uma melhor.

1. Atenção: Acabou!
Depois da desagradável conversa solene, o primeiro impulso é achar que aquilo não vai ser definitivo. Mesmo que você já tenha se livrado das tralhas do ex e o ingrato esteja em outra casa, com namorada e cachorro novos, nosso cérebro tende a se recusar a acreditar que tudo terminou. Foi pensando nisso que o roteirista de Sex and the City, Greg Behrendt, e a mulher dele, Amira, escreveram o livro Quando Termina É Porque Acabou ¿ Juntando os Caquinhos e Dando a Volta por Cima (Rocco). Eles sustentam a teoria de que, se um dos dois chega ao ponto de pedir a separação, as chances de um segundo round bem-sucedido são (quase) nulas. ¿Acabou por algum motivo e, mesmo que você esteja na fase de negação, bem lá no fundo já deve saber qual foi esse motivo. O seu relacionamento, apesar de promissor, deixou de ser a coisa certa para um de vocês, ou para os dois. Acabou, de fato¿, escreve Greg. Agüente firme e vá para a próxima etapa.

2. Espalhe a notícia
Uma forma prática de se convencer de que os seus votos de amor eterno foram para o brejo é contar para todo mundo que se separou. Isso inclui amigos em comum, família, vizinhos, atendente da padaria, dono da banca de jornal, carteiro e quem mais estiver dando sopa. Quanto mais você se ouvir dizendo que está solteira, que não estava dando mais certo, que está se sentido aliviada, mais rápido vai botar o salto alto e sair do desespero. ¿É engraçado, mas na fase de pós-separação você acaba se tornando o centro das atenções. Todo mundo a-do-ra uma fofoca e quer descobrir por que o seu casamento terminou. Não falta gente interessada em sua história. No fim do dia, eu ficava até com dor de garganta de tanto contar o meu drama¿, conta a artista plástica Luisa Leite, 34 anos, separada há um ano.

3. Você pode tudo
Oba, começou a parte boa! Basicamente, o jogo é fazer com calma tudo o que o seu ex achava chato e entediante. Mude todos os móveis da sala de lugar, pendure os badulaques fofos que ele tanto odiava, convide as amigas para passar a tarde inteira na sua casa, vá ao cabeleireiro sem hora para voltar, enfim, faça todas essas delícias que não costumam ser possíveis quando se divide a vida com alguém do sexo masculino. Stella Florence, autora de O Diabo Que Te Carregue! (Rocco), livro baseado nas suas experiências pessoais pós-separação, dá algumas boas idéias para a fase do faça-o-que-bem-entender. ¿Passar mais de dez minutos procurando filmes na locadora sem que ninguém fique emburrado e praguejando: você pode. Parar num shopping de descontos e fuçar algumas estantes: você pode. Decidir, subitamente, almoçar frango de padaria sem ter que ouvir seu ex dizer que não está afim de comer aquela coisa engordurada: você pode¿, ensina. Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós!

4. Decrete a abstinência de reencontros
É aquela arapuca: o namoro/casamento acaba, mas o ex-casal, por hábito ou teimosia, insiste em continuar mantendo uma relação ¿ péssima, claro. Um dos melhores conselhos do livro Quando Termina É Porque Acabou diz para você ficar 60 dias sem falar com seu ex. Segundo os autores, esse é o período de distância emocional necessário para a recuperação completa. O argumento é imbatível: ¿Você não voltaria todos os dias para um emprego do qual tivesse sido demitida só para se sentir incompetente, voltaria?¿, perguntam eles. E nessa fase, querida, vale todo tipo de egoísmo. O que você, afi nal, tem a ver com o fato de ele querer continuar sendo amigo? Ele que arrume outras amizades em salas de bate-papo, em balcões de bar ou lá no inferno.


5. Convoque as bad girls
Sabe a sua turma de faculdade de que seu ex não gostava? E aquelas amigas de balada que ele nunca engoliu? Pois agora é a hora de reativar a agenda ou fuçar no Orkut para achar esse povo. O terapeuta de casais e sexólogo Amaury Mendes Jr. garante que essa é uma boa forma de dar a volta por cima. ¿Ligue para as amigas que ele achava que eram má influência para você, saia com elas, procure dicas de lugares divertidos, forme novos grupos¿, recomenda. Só não é muito aconselhável seguir a cartilha da Britney Spears e ser flagrada por aí com o figurino incompleto!

6. Não desperdice energia
Certo, todo mundo sabe que sentir raiva é ruim. Mas, neste momento tão peculiar da sua vida, ela tem sua utilidade. Joga para a frente, sabe como? Pode reparar: toda vez que você se encontra com o dito-cujo (ainda mais se ele estiver acompanhado), sente uma força esquisita, uma energia que nem sabia que tinha. É o seu corpo sentindo raiva e dizendo que você precisa agir. Então, em vez de jogar aquele vaso de design assinado na parede, aproveite para cair na malhação. ¿Quando ele sai, você corre para a esteira. Caminha 50 minutos na velocidade 4.7, 
nunca dantes alcançada. Depois, faz exercícios com pesos para braços e glúteos¿, escreve Stella Florence em O Diabo Que Te Carregue. E ainda sobra pique para dar uma geral na cozinha e varrer a sala, garante ela.



quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ministro do STF cassa decisão que não reconheceu união estável homoafetiva

O ministro Celso de Mello, do STF, cassou decisão do TJ de Minas Gerais que não reconheceu a existência de união estável homoafetiva para fins de pagamento de benefício previdenciário de pensão por morte.

No julgado, o ministro lembrou o recente entendimento do Supremo que reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. A decisão unânime foi tomada no dia 5 de maio deste ano, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 132.

“Ao assim decidir sobre a questão, o Pleno desta Suprema Corte proclamou que ninguém, absolutamente ninguém, pode ser privado de direitos nem sofrer quaisquer restrições de ordem jurídica por motivo de sua orientação sexual”, lembrou Celso de Mello.

Segundo ele, “com tal julgamento, deu-se um passo significativo contra a discriminação e contra o tratamento excludente que têm marginalizado, injustamente, grupos minoritários em nosso país, permitindo-se, com tal orientação jurisprudencial, a remoção de graves obstáculos que, até agora, inviabilizavam a instauração e a consolidação de uma ordem jurídica genuinamente justa, plenamente legítima e democraticamente inclusiva”.

O ministro ressaltou ainda que “o direito à busca da felicidade” se mostra gravemente comprometido “quando o Congresso Nacional, influenciado por correntes majoritárias, omite-se na formulação de
medidas destinadas a assegurar, a grupos minoritários, a fruição de direitos fundamentais”.

A decisão - ao dar provimento ao recurso extraordinário - restabeleceu a sentença do juiz de primeira instância da comarca de Juiz de Fora. (RE nº 477.554 - com informações do STF)

Fonte: www.espacovital.com.br

terça-feira, 26 de julho de 2011

DIA DOS AVÓS





Nesta terça-feira, 26 de julho, é comemorado o Dia de Sant"Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo. Por isso, hoje também comemora-se o Dia dos Avós.

O papel dos avós na família vai além dos mimos dados aos netos, e muitas vezes eles são o suporte afetivo e financeiro de pais e filhos.


Logo, são pais duas vezes.

Com sua sabedoria, e experiência, muitas vezes tomam a frente da educação de seus netos.

Celebrar o Dia dos Avós significa celebrar a experiência de vida, reconhecer o valor da sabedoria adquirida, não apenas nos livros, nem nas escolas, mas no convívio com as pessoas e com a própria natureza.

Nosso Blog salienta que a convivência entre avós e netos e tão importante quanto a dos pais com os filhos.

Desde o dia 29 e março de 2011, contamos com a Lei nº. 12.398/2011, que acrescenta o parágrafo único ao artigo 1.598 do Código Civil Brasileiro, e altera a redação do inciso VII do artigo 888, do Código de Processo Civil, autorizando aos avós pleitearem o Direito a Visitas.

Com estas alterações, o parágrafo único do at. 1.589, do Código Civil, preleciona que o direito de visita estende-se a qualquer dos avós, observados os interesses da criança ou do adolescente, e, no Código de Processo Civil resta estabelecido que a guarda e a educação dos filhos, regulado o direito de visita que, no interesse da criança ou do adolescente, pode, a critério do juiz, ser extensivo a cada um dos avós.



Meu avô dizia que ser "avô era ser pai com açúcar".


Desejamos que este dia seja um início de convivência para aqueles que não convivem, e que seja a continuidade de amor e carinho entre todos os entes de uma família.


FELIZ DIA DOS AVÓS!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do Amigo

O Dia do Amigo foi criado pelo argentino Enrique Febbraro. Com a chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, ele enviou cerca de quatro mil cartas para diversos países e idiomas com o intuito de instituir o Dia do Amigo.

Febbraro considerava a chegada do homem a lua "um feito que demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis".

Aos poucos a data foi sendo adotada em outros países e hoje, em quase todo o mundo, o dia 20 de julho é o Dia do Amigo.

No Brasil, o dia do amigo é comemorado popularmente em18 de abril. No entanto, o país também vem adotando a data internacional, 20 de julho, sendo inclusive instituída oficialmente em alguns estados e municípios.

"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos."

(Vinícius de Moraes)

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_amigo

terça-feira, 12 de julho de 2011

Questão de Proteção

Fonte: Robertapalermo.blogspot


Escrito por Roberta Palermo - Terapeuta Familiar Sistêmica, presidente da AME Associação das Madrastas e Enteados,


Por mais que o Padrasto (madrasta) se sinta lisongeado pela criança gostar tanto dele a ponto de chamá-lo de pai, por questão de proteção, o padrasto (e a madrasta) deve ficar atento e sempre lembrar que, por mais que ame a criança, por mais que seja responsável pelos cuidados e pela parte financeira, essa criança já tem um pai. Mesmo que o pai nunca cobre o seu espaço, a criança vai crescer e pode desvalidar totalmente esse padrasto que ficará arrasado por não ter o reconhecimento de anos de dedicação.


O padrasto de Sean Goldman falou em uma entrevista que se Sean fosse embora ele sofreria, afinal qual pai não sofre quando fica longe de seu filho? Pois eu digo qual pai estava sofrendo: o único que Sean tem, David Goldman. O filho foi tirado de seus braços e outro homem quis assumir esse espaço que não lhe pertencia. Mesmo que o pai tenha morrido, é importante que as lembranças, fotos e histórias sejam mantidas, pois é importante para a criança aprender a lidar com a perda e administrar sua nova realidade.


Após a separação, normalmente a guarda da criança é entregue à mãe e ao se casar novamente, é fato que a criança passa a conviver muito mais com o padrasto do que com o pai. Se a mãe mudar para outra cidade, ficara ainda mais difícil para o pai ser presente na vida desse filho. É importante que mesmo diante dos obstáculos o pai não desista e se organize para conviver o máximo que puder.


É comum o padrasto desfazer do pai da criança por esse ganhar menos dinheiro e até por ser ausente, desvalidando alguém que é tão importante para ela. O padrasto alijador incentiva a criança a torcer para seu time de futebol e não mais para o time do pai. Quer ser o primeiro a levar a criança para assistir a estréia do filme no cinema e corre visitar a Disney! Nesse ponto David Goldman não precisaria se preocupar, pois se dependesse do padrasto de seu filho, nunca mais ele pisaria nos Estados Unidos.


Chega inclusive o dia da criança não querer mais se encontrar com o pai, comprovando a Alienação Parental cometida pelo padrasto, apoiado pela mãe. O que o padrasto não percebe é que a criança é fiel à ele por total falta de opção. A criança não tem maturidade para se libertar dessa opressão e dizer o que realmente gostaria. Ela até poderia manter o vínculo maior com o padrasto, mas nunca queria que ele falasse mal de seu pai, o afastasse dele.


Se indagarem à essa criança se ela gostaria de ir de helicóptero ao Clube de Campo para pescar com o padrasto ou ir à pé comer pastel na feira com o pai, ela adoraria o segundo passeio, mas não poderá assumir sua vontade por questão de sobrevivência. É para a casa do padrasto que a criança voltará depois e não poderá correr o risco de viver em um lar onde ela provocou a desarmonia. Então a criança fala, escreve e desenha o que o padrasto quer ver e ouvir.


Posso então arriscar um palpite do motivo de Sean não ter esperneado ao sair dos braços do padrasto e da avó, por mais que esse fosse o desejo da família materna e o esperado por todos nós pelo drama causado na hora da entrega. Sean não ficou com a responsabilidade da decisão, não era o culpado por ter que ir embora. Ele ficou bem "dos dois lados da fita". Agora ele pode se soltar, viver à vontade ao lado do pai sem dever nada à ninguém. Sempre que o padrasto ligar ele dirá que está morrrrrrendo de saudades e pode até usar uma voz chorosa, pois nunca se sabe, é melhor manter o bom clima. Sim, a criança aprende desde cedo a dançar conforme a música. Seria então um crime forçar esse menino a tomar uma decisão que cabe aos adultos. A adaptação verdadeira de Sean não será conviver com o pai ou a nova escola e amigos. A novidade será a mudança de clima, de cidade, nova língua e a saudade que terá dos familiares maternos, dos amigos, da rotina anterior. Sentirá saudades de comer pão de queijo, bombom sonho de valsa, jabuticaba, Catupiry, entre outros alimentos que só temos aqui no Brasil. Outra novidade será ajudar o pai nos afazeres da casa, já que no Brasil a maioria das crianças não participa dessa atividade. Tenho certeza de que o meu filho de 7 anos não tem ideia de onde guardamos a vassoura. Só que essas mudanças não se comparam a melhor coisa desse momento que é receber o amor, os ensinamentos e a participação de seu pai em sua vida, depois desses longos anos de afastamento.


Finalmente podemos dormir aliviados, pois sabemos que se alguém fizer algo errado ao outro, a justiça, apesar de lenta ao extremo, acertará tudo no final. Então você, que vive esse problema, nunca desista de lutar para ser pai de seu filho.


Roberta PalermoTerapeuta Familiar

Meu filho, você não merece nada

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada


Fonte: Revista Època


ELIANE BRUM[i]


Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.


Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.


Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.


Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.


Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.


É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.


Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.


Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.


A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.


Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.


Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.


Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.


Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.


O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.


Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.


Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.


Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.


[i]
ELIANE BRUM Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E-mail: elianebrum@uol.com.br Twitter: @brumelianebrum

quinta-feira, 7 de julho de 2011

COMBATENDO A DISCRIMINAÇÃO

TJSP condena Estado de São Paulo por palestra em escola pública


27/06/2011 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM


O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o Estado a pagar indenização, por danos morais, a um aluno que se sentiu constrangido por uma palestra proferida por um médico urologista. De acordo com a sentença, os alunos consideraram o conteúdo homofóbico e subscreveram um abaixo assinado solicitando à diretoria da escola providências no sentido de verificar as responsabilidades quanto ao teor da fala do médico.


Segundo o depoimento da professora C. A. B. R., "o palestrante foi infeliz em algumas colocações, tendo falado que 'o mundo está sob uma maldição'. Ele citou que a violência seria uma maldição, o uso de drogas seria uma maldição, a separação de casais seria uma maldição, e que o homem foi criado para se relacionar com uma mulher e vice versa, falando que quando isso não acontece também haveria uma maldição".


No voto do relator, desembargador Mauro Fukumoto, "ainda que o palestrante não tenha afirmado diretamente que homossexuais são criminosos, é nítido que, ao associar violência e uso de entorpecentes - duas condutas penalmente relevantes - ao homossexualismo, buscou desqualificar tal opção sexual, causando evidente constrangimento ao apelante e a outros alunos homossexuais que eventualmente estivessem assistindo à palestra".


O TJSP julgou que o Estado é responsável pelo teor da palestra, por ser uma escola estadual. O valor da indenização corresponde a cem salários mínimos, cerca de R$ 50 mil.


O desembargador concluiu seu voto ressaltando: "Em tempos em que muito se discute sobre o combate ao bullying no ambiente escolar, não se concebe que o Estado, a quem incumbe promover o respeito à diversidade em seus diversos matizes, incluindo a orientação sexual, permita e, mais do que isso, incentive a realização de uma atividade escolar que venha a acirrar a discriminação já existente na sociedade".

domingo, 3 de julho de 2011

Grupo Vivências



O Grupo Vivências é um projeto da Associação Brasileira Criança Feliz, existindo na cidade de Porto Alegre desde o ano de 2010, que tem por objetivo reunir e possibilitar a interação entre pessoas envolvidas em casos de Alienação Parental. São coordenadoras do Grupo, Melissa Telles e Jamille Dala Nora.

Em reunião, programada para a data de 1º de julho de 2011, 17 h, com a participação as integrantes da Associação Brasileira, Dra. Ana Gerbase, Dra. Mariana Coelho e Melissa Telles - Coordenação Porto Alegre - foi criado o "Grupo Vivências Rio de Janeiro".

O "Grupo Vivências - Rio" terá seu primeiro encontro no dia 28 de julho, às 19hs e terá a Coordenação da Dra. Ana Gerbase, Diretora da ABCF para o Rio de Janeiro e o apoio da Dra. Mariana Coelho, Psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental, que atuará como Facilitadora.

No Rio de Janeiro, como inicialmente em Porto Alegre, percebeu-se que as pessoas que enfrentam os efeitos da Alienação Parental necessitam compartilhar suas vivências com “iguais”.

Informações sobre o Grupo Vivências - Rio no site da Associação Brasileira Criança Feliz - http://www.criancafeliz.org/



terça-feira, 28 de junho de 2011

RS lança campanha contra a homofobia

Fonte: Correio do Povo


A partir desta segunda-feira, o Rio Grande do Sul passa a ter campanha contra a homofobia. Além disso, serão estimuladas ações para reduzir o preconceito e promover a liberdade de expressão sexual. A ação foi lançada oficialmente no Palácio Piratini com a presença de autoridades, entre elas da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário. Durante o evento, houve ainda a apresentação do selo “Faça do Brasil um Território Livre de Homofobia”, da campanha nacional.


Segundo a ministra, um dos principais desafios é coibir a violência e garantir a punição contra os agressores. Ela ressaltou o sucesso do serviço específico para receber denúncias contra violência praticada contra gays, lésbicas, bissexuais, travestir ou transexuais no Disque 100. “Atualmente, 12% das denúncias são neste segmento, o que mostra a importância deste serviço. Temos que lutar para enfrentar a impunidade e garantir o respeito às diversidades”, afirmou ela. Entre as primeiras medidas da campanha está a definição do dia 17 de maio como o Dia Estadual contra a Homofobia, a realização da Conferência Estadual LGBT, que ocorrerá em setembro. Outra definição é a que permite o uso do “nome social” de travestis e homossexuais nos registros públicos estaduais, como na saúde e educação. Assim, não será necessário utilizar o nome registrado nos documentos oficiais de identificação. No Estado, as ações serão coordenadas pela Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos. Outra medida é a promoção de cursos de capacitação aos servidores públicos sobre direitos humanos e sensibilização em relação à diversidade e orientação sexual.


O governador Tarso Genro destacou que a parada gay, que ocorreu no domingo em São Paulo e reuniu 4 milhões de pessoas, é uma manifestação popular de que as pessoas devem ter os seus direitos preservados e respeitados. “Na sociedade moderna é importante que sejam respeitadas as individualidades. Somente assim é possível estabelecer uma democracia profunda”, afirmou ele.



Selo Nacional:Faça do brasil um Território Livre da Homofobia

Casamento entre pessoas do mesmo sexo é Realidade

Juiz de Jacareí autoriza primeiro casamento gay registrado no Brasil, no dia do Orgulho Gay.


Fonte: Redação MundoMais


Jacareí vai entrar para a história do Brasil nesta terça-feira (28). No Dia Mundial do Orgulho LGBT, a cidade vai acompanhar a primeira união civil entre pessoas do mesmo sexo registrada no país. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) confirma a informação.


O cabeleireiro Sérgio Kauffman e o comerciante Luiz André Moresi fizeram um pedido de conversão de união estável em casamento (os dois confirmaram a união estável em 17 de maio deste ano), e receberam a autorização do juiz Fernando Henrique Pinto, da 2ª Vara da Família e das Sucessões, para oficializar a união civil.


Eles estão juntos há 8 anos. O casamento vai ser realizado no Cartório de Registro Civil da cidade, às 10h30, desta terça-feira (28). A partir desta terça (28), Sérgio ganhará o sobrenome "Moresi" do companheiro Luiz André Rezende Moresi. Os dois se casam em comunhão parcial de bens.


Decisão


Segundo o juiz, a diferença é que no casamento entre homem e mulher as pessoas podem ser consideradas casadas quando há uma celebração em que um juiz de paz declara as pessoas casadas. Na conversão de união estável, essa formalidade da celebração não existe, e é substituída pela sentença de um juiz.


O juiz disse ainda que analisou inclusive, o ponto de vista jurídico de acordo com a decisão do Supremo Tribunal Federal, de autorizar a união homoafetiva, e chegou à conclusão de que não haveria como indeferir o pedido, dando a sentença favorável ao pedido. Em sua decisão, que foi apresentada nesta segunda-feira (27), o magistrado levou em conta o artigo 226 da Constituição Federal.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Curso de Psicologia Jurídica - FACCAT






Nos sábados 11 e 18 de junho ocorreu o Curso de extensão na área de Psicologia Jurídica, sobre o processo de alienação parental. O curso reuniu estudantes e profissionais da Psicologia e do Direito. A alienação parental é um tema bastante em voga, com recente aprovação de uma lei que prevê punições aos que cometerem alienação, isto é, ações com objetivo de impedir ou prejudicar a convivência de crianças e adolescentes com um dos genitores.


No primeiro encontro, a advogada, psicóloga e Doutoranda em Psicologia Vivian Lago abordou os critérios diagnósticos da Alienação, ilustrando com relatos do documentário "A Morte Inventada". A palestrante também abordou o processo de avaliação psicológica no contexto da Alienação Parental, em especial no que tange às falsas acusações de abuso sexual e sobre os documentos elaborados pelos psicólogos neste contexto.


No sábado 18 de junho, o presidente da Associação Brasileira Criança Feliz, Sérgio Moura, que trabalha no combate da Alienação Parental, apresentou as finalidades e projetos da Associação. Também representando a Associação, a advogada Melissa Telles Barufi abordou aspectos legais envolvidos no direito familiarista, em especial as questões relativas à guarda compartilhada e também versou sobre o processo de Mediação Familiar para resolução de conflitos familiares no âmbito jurídico.

Manual de mães e pais separados



Manual de Mães e pais Separados é uma obra escrita pelo empresário, Marcos Wettreich. Um presente para os pais e mães que estão se separando ou já separados mas que continuam encarando uma série de novos sentimentos e situações desconhecidas.
Acabei de ler e recomendo.


O autor ainda trás técnicas de negociação que aprendeu em Harvard, para conseguir uma separação amigável e de maneira que possa proteger os filhos deste momento tão delicado.




De acordo com Wettreich, os livros de psicologia abordam os motivos que levam os casais a se separarem, mas não o melhor caminho de como a separação deve ser feita. Esta percepção o fez colocar em prática técnicas de negociação aprendidas ao longo de sua carreira como executivo e empresário.


Além do enfoque psicológico e de negociação, o livro ainda apresenta dicas de bem-estar. “Não adianta os pais estarem infelizes porque os filhos irão perceber”, diz o autor.


A difícil tarefa de manter o equilíbrio na frente dos filhos


No momento da separação as emoções estão à flor da pele. No entanto, neste período, em que uma, ou ambas as partes, estão mais desequilibradas emocionalmente, é que se torna mais necessário uma racionalização e organização do que vai ser a vida a partir da separação. “Neste momento tão difícil o pai e a mãe tem que ter energia para criação das regras que irão permear a relação entre esses dois ex-cônjuges por muitos e muitos anos”, explica Wettreich. Segundo ele, a definição de um contrato de separação exige algumas determinações importantes, tais como: tipo de guarda, valor da pensão e período de visitação. Além disso, é preciso criar as regras de educação que devem ser comuns em ambos os lares com informações simples como horários de alimentação, tipos de alimentação, horário de dormir, entre outros. O autor também sugere a criação de uma carta de intenções, que seria um documento sem valor legal, mas que serviria como referência para que ambas as partes fiquem confortáveis sobre a educação dos filhos. “É importante que o ex-casal invista na separação. Isto significa gastar tempo, energia e boa vontade em atos que visam o desenvolvimento do maior bem que ambas as partes do ex-casal possuem, ou seja, a felicidade, caráter e amor de seus filhos”, aconselha Wettreich.

[1] http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,AA1386365-5606,00.html

O autor: Marcos Wettreich é pai separado, empresario e escritor. Uma das maiores personalidades do mercado de internet no Brasil, recebeu o premio de Empreendedorismo do Ano da Ernst & Young em 2000. è fundador e idealizador do iBest.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pedido para Publicarmos Jurisprudências sobre Alienação Parental




Um seguidor do nosso blog, nos mandou um e-mail solicitando jurisprudências e esclarecimentos de algumas questões sobre Alienação Parental. Atendendo um dos pedidos, segue abaixo algumas jurisprudências que tratam do referido assunto. Ver mais Jurisprudências na página Jurisprudências - Link ao lado.
Agradecemos ainda pela contribuição do presidente da Associação Brasileira Criança feliz, Sérgio Moura, por sempre alimentar nosso blog com decisões de vários Tribunais.

Jurisprudências Alienação Parental

4. TJMG, APELAÇÃO CÍVEL 1.0079.08.393350-1/003(1), REL. DES. WANDER MAROTTA, P. 17/07/09.
(...) A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por mais de duas horas, tentando compor um acordo, sem sucesso. Visto isto, e após exame das provas e estudos até então produzidos, proferiu ela a decisão atacada. Segundo a decisão "...essa magistrada não ampliou as visitas, apenas alterou sua forma"; e, embora a Juíza tenha afirmado “que a conduta da requerente poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL", o certo é que a decisão está fundada nos estudos psicossociais realizados, no fato de a criança não ser mais um bebê de colo e na relação mantida entre pai e filha.


5. TJRJ, AGRAVO DE INSTRUMENTO 2009.002.32734, REL. DES. CLÁUDIO DELL
ORTO, J. 30/11/09.
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITAÇÃO À FILHA COM SETE ANOS DE IDADE - INEXISTÊNCIA DE PROVAS QUANTO A PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENÇAS ENTRE A MÃE DA CRIANÇA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NÃO PODEM AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGAÇÃO JUDICIAL DE NÃO CONTRIBUIR PARA INSTALAÇÃO DE QUADRO DE SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL.


6. TJRJ, AGRAVO DE INSTRUMENTO 2009.002.18219, REL. DES. PEDRO FREIRE RAGUNET, J. 01/09/09
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. REGULAMENTAÇÃO DE VISITA. DETER MINAÇÃO DE OBSERVÂNCIA DE ACORDO DE VISITAÇÃO HOMOLOGADO JUDICIALMENTE, SOB PENA DE MULTA POR PERÍODO DE DESCUMPRIMENTO. INCONFORMISMO. PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA. INEXISTÊNCIA DE FATOS QUE IMPEÇAM A REALIZAÇÃO DA VISITAÇÃO PATERNA NA FORMA AVENÇADA. VISITAÇÃO QUE ANTES DE SER DIREITO SUBJETIVO DO AGRAVADO É DEVER MORAL DO MESMO E IMPRESCINDÍVEL PARA O DESENVOLVIMENTO E FORMAÇÃO DE SEUS FILHOS. PROVA INDICIÁRIA DE CONDUTA DE ALIENAÇÃO PARENTAL, POR PARTE DA AGRAVANTE, EM RELAÇÃO À FIGURA DO PAI.

Jurisprudências - Alienação Parental

TJMG, AGRAVO DE INSTRUMENTO 1.0702.09.554305-5/001(1), RELA. DESA. VANESSA VERDOLIM HUDSON ANDRADE, P. 23/06/09.
(...) O laudo psicossocial de f.43/45 conclui que o menor possui quadro de SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL, ou seja, "quando a criança está sob a guarda de um genitor alienador, ela tende a rejeitar o genitor oposto sem justificativas consistentes, podendo chegar a odiá-lo", relatando ainda: "A respeito das visitas paternas G. traz queixas inconsistentes, contudo, o seu brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai, demonstrando que o período de afastamento não foi capaz de dissolver os vínculos paternos-filiais (sic)."

TJMG, AGRAVO 1.0184.08.017714-2/001(1), REL. , P. 27/11/09.
(...)Embora os agravados se defendam falando que a recusa da criança se baseia na "imperícia" do pai em restabelecer o contato que havia sido interrompido por culpa dele (fls.69/71), tal situação me parece ser um caso típico de alienação parental, também conhecida pela sigla em inglês PAS, tema complexo e polêmico, inicialmente delineado em 1985, pelo médico e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Colúmbia, Richard Gardner, para descrever a situação em que há disputa pela guarda da criança, e aquele que detém a guarda manipula e condiciona a criança para vir a romper os laços afetivos com o outro genitor, criando sentimentos de ansiedade e temor em relação ao ascendente.
Embora situações de alienação parental sejam mais comuns entre ex-cônjuges, ou ex-companheiros, pai e mãe da criança, a jurisprudência também vem apontando esse tipo de situação entre avós e pais, nesse sentido:
"Não merece reparos a sentença que, após o falecimento da mãe, deferiu a guarda da criança ao pai, que demonstra reunir todas as condições necessárias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites, necessários ao seu saudável crescimento.
A tentativa de invalidar a figura paterna, geradora da SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL, só milita em desfavor da criança e pode ensejar, caso persista, suspensão das visitas ao avós, a ser postulada em processo próprio." (Apelação Cível Nº 70017390972, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 13/06/2007).
(...) já sendo previsível que a menor necessitará de um tempo para se adaptar, sendo recomendável, principalmente considerando-se os indícios de SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL, acompanhamento psicológico bem como o monitoramento dessa nova situação pelo Conselho Tutelar.
O SR. DES. WANDER MAROTTA:
(...)Em processos de guarda de menor, busca-se atender aos interesses da criança, não aos anseios dos adultos envolvidos. A convivência com o pai deve ser progressiva, inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje de SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL.


. TJMG, AGRAVO DE INSTRUMENTO 1.0216.08.057510-5/001(1), REL. DES. SILAS VIEIRA, P. 28/08/09
(...) Laudo Social de f. 34/36 em que restou afirmado que a genitora da menor estaria utilizando-se de meios para afastá-la do seu pai/agravado, o que caracteriza a SÍNDROME DA Alienação Parental – SAP...

O MONSTRO DA SEPARAÇÃO



Ele vive dentro de nós e, cedo ou tarde, mostra a cara

Fonte: Revista Época

IVAN MARTINSÉ editor-executivo de ÉPOCA


Antes de escrever esta coluna eu prometi a mim mesmo que veria Blue Valentine, lançado no Brasil com o título besta de Namorados para sempre. Prometi, mas não fiz. Tudo o que li sugere que o filme é um retrato demasiadamente fiel de dois momentos cruciais da relação amorosa, o começo jubiloso e o fim horrendo. Quem viu o filme diz que dói. Eu, que assim como vocês já tive a minha cota de separações, e ainda mais, ainda não reuni coragem para me ver em cena. E talvez não reúna. Mesmo de longe, Blue Valentine me fez lembrar do monstro que aparece quando as relações começam a acabar. Ele se manifesta por insultos e violência verbal, no início. Indiferença e sarcasmo, depois.


É preciso ter atravessado um túnel desses para perceber que as brigas, ainda que assustadoras, representam uma tentativa de aproximação. Elas são o derradeiro gesto de carinho. Os gritos parecem uma forma exasperada de perguntar, afinal, o que aconteceu com o amor que havia aqui? A indiferença entra em cena quando ninguém mais está interessado na resposta. De um jeito ou de outro, o monstro está lá. Se ele grita e quebra pratos, ou cala, ainda é ele, cascudo e áspero por fora, uma bola sangrenta e dolorosa por dentro. O monstro da separação se parece imensamente com a pessoa que a gente amava, mas, ao contrário dela, parece ter vindo ao mundo com a missão explícita de nos fazer sofrer, de forma cruel e variada. A pior delas é a confusão.


Às vezes, o monstro sorri de uma maneira tão parecida ao antigo objeto do nosso amor que é impossível não se derreter por ele. Mas, um segundo depois, o monstro faz um comentário gelado que deixa clara a sua natureza de réptil. Nossos sentimentos oscilam como pêndulo entre um momento e outro, e a vida parece não ser mais do que um poço escuro repleto de indecisão.


Muitos dirão que eu exagero – e é verdade. Mas o fato é que nunca vivi uma separação inteiramente civilizada. Temo que elas não existam. Na minha experiência, em algum momento o monstro sempre dá as caras. Mesmo nas relações mais doces ele aparece – ainda que seja no finalzinho, ou depois. Lembro de me separar de uma mulher tão querida, com quem eu tinha uma relação de tanto carinho, que nos era impossível brigar de verdade. Quando ela se punha a berrar comigo eu achava a cena cômica, e ria. Mesmo assim teve barraco, semanas depois da separação. Eu soube que ela estava saindo com um sujeito qualquer e achei que tinha o direito de receber esclarecimentos. Liguei, cobrei e ela – com toda razão – disse que aquilo não era da minha conta e mandou que eu me catasse. Foi aí que o monstro pegou o telefone do meu lado e entrou na conversa. Lembro perfeitamente de algumas coisas que ele disse, e da frieza torpe com que disse, mas tenho vergonha de reproduzir. Do lado de lá, claro, apareceu outro monstro, de cílios postiços e batom vermelho, que gritou ao telefone coisas terríveis, tiradas do baú do ressentimento. Não foi nada bom. Uma das características mais surpreendentes do monstro da separação é que gente nem imagina quando ele veio ao mundo. Lembramos perfeitamente do dia, da hora e talvez mesmo do exato segundo em que o amor começou. Ou, pelo menos, da sensação de estar diante da possibilidade do amor.


Mas temos uma dificuldade enorme em perceber o momento em que a casa começa a cair. Exceto nos romances e nos filmes, que tentam explicar o inexplicável, ninguém acumula pistas para esse tipo de desfecho. Ninguém diz, por exemplo: aquela manhã, quando eu comentei que iria voltar tarde para casa, e ela sequer me ouviu, percebi que as coisas estavam acabando. Ou então: trocamos um olhar no meio da festa e, repentinamente, ficou claro que a cumplicidade que houvera entre nós havia desaparecido. Na vida real não é assim. Pela boa razão de que não queremos que seja. A maioria de nós gosta de ser parte de um casal, de um projeto, de um todo. Gostamos de ser amados e de amar. Assim, não nos interessa ficar espreitando o futuro na borra do café de todos os dias. Tocamos o barco, como se diz. Seguimos adiante, otimistas até prova em contrário. Quando a gente se dá conta, o mal-estar já está batendo nas coxas, como uma água suja e fria. Esse é o ambiente em que os monstros vicejam. É evidente que ninguém chega a isso de uma hora para outra. Monstros não se improvisam. Nem se manifestam em relações que não tiveram tempo de engendrá-los. Não adianta namorar superficialmente por três meses e esperar por um sáurio escamoso de três metros na despedida. Ela não vai aparecer. Monstros são filhos bastardos da paixão e do comprometimento. São alimentados, paradoxalmente, por desejo, admiração e compromisso. Além de tempo, claro. Gente que não é capaz de amar nunca vai ter seu monstro. Pode ver o dos outros, daqueles que são capazes de amar sozinhos, mas esses não são realmente assustadores. Os monstros que nos metem medo têm as feições e os gestos das pessoas que nós amamos. Ou as nossas. Dito isso, se eu fosse dirigir um filme de amor, tentaria evitar esse trecho final, como o cinema antigo fazia nas cenas de sexo. Depois do beijo, descia a cortina. Quem não sabia o que vinha depois não tinha idade para isso e não deveria realmente ver. Quem já sabia não precisava de explicações tão diretas. O voyerismo erótico e emocional – esse que nos dá o direito de espiar até os últimos detalhes da vida dos outros, real ou imaginária – é uma invenção relativamente recente. Se eu fosse dirigir um filme de amor, portanto, apelaria para o pudor. E acho que seria um sucesso. Aposto que o mundo está cheio de gente como eu, cansada de ver de perto o monstro da separação.
(Ivan Martins escreve às quartas-feiras)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Alienação parental: por trás do olho mágico



Ontem a noite prestigiamos o evento promovido pelo Jornal Estado de Direito no Palco do Praia de Belas Shopping, em Porto Alegre, que trouxe o tema Alienação parental: por trás do olho mágico. Participaram do evento as palestrantes Maria Berenice Dias, primeira mulher a ingressar na magistratura no Rio Grande do Sul, atingindo a posição de desembargadora do TJRS. Hoje, atua como advogada especialista em Direito das Famílias e palestrante em diversas conferências de âmbito nacional e internacional. Possui diversas obras editadas pela Revista dos Tribunais, dentre as quais, o Manual de Direito das Famílias, e Denise Bruno assistente social formada pela PUC de Campinas e doutora em Sociologia pela UFRGS.

Parabenizamos a organização do evento e registramos nosso apoio - Papo Jurídico, promovido pelo Jornal Estado de Direito que tem como objetivo popularizar a cultura jurídica como instrumento de cidadania, para tanto, há três anos desenvolve palestras gratuitas com intuito de esclarecer a comunidade sobre os seus direitos e responsabilidades.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Três Cidades perto do Céu

Escrito pela querida Luciana Tomasi - mais conhecida como Luli, uma mulher cheia de vida e muitos talentos, amiga especial.

Vale conferir esta linda obra.



Três Cidades Perto do cèu

Em Três Cidades Perto do Céu, Luciana Tomasi relata seu encantamento com as diferentes formas de viver com fé e sabedoria dos orientais


Artes e Ofícios: Qual a razão de escolher Srinagar, Rishikesh e Katmandu?
Luciana Tomasi: O Artur Veríssimo, que é um repórter paulista do jornalismo gonzo (TRIP, GOL), que já foi 20 vezes para a Índia e muitas vezes para o Oriente, recomendou para mim e para minha companheira de viagem este roteiro. Disse que, se optássemos por fazer uma nova viagem para o Oriente, não poderíamos deixar de conhecer estes três lugares que são muito especiais em beleza e espiritualidade. Também são três lugares onde o Himalaia tem presença marcante, em diferentes expressões da natureza. Na época do ano que escolhemos, que foi o mês de abril, a montanha tem pouca neve em Srinagar, muito verde em Rishikesh e muita neve no Nepal. Como Artur já tinha feito o maravilhoso roteiro de viagem de meu outro livro “Um Spa na Índia” pelo Rajastão, confiamos nele e nos demos muito bem na escolha.

AeO- Por que você acha que estas três cidades devem ser conhecidas ainda nesta vida, mesmo sendo absolutamente sincera ao reconhecer que são problemáticas em vários aspectos para quem as visita?
LT - Se tu vais para o Oriente, tens que esquecer momentaneamente o teu alto nível de higiene, de comunicação e de atendimento nos diversos serviços. Tudo pode demorar, vir incompleto, ser sujo. Se quiseres fazer uma viagem indiana asséptica demais, ficando a maioria do tempo em um hotel cinco estrelas norte-americano ou inglês, é melhor ficar em Londres ou Nova Iorque, porque vais gastar na viagem e não vais conhecer o mundo real destas culturas. Tu tens que ir para as ruas e estradas, fazer contato com todos, provar comidas e chás. Isto pode te acarretar problemas, surpresas e, ao mesmo tempo, uma despadronização de teus valores ocidentais. Exatamente aí reside a magia de entender diferentes formas de pensar a vida. A partir desta comunicação, tu começas a revisar teus conceitos sobre tudo. Algumas coisas fúteis passam a ter muito menos importância no teu cotidiano. Como são cidades muito fortes espiritualmente, alguns turistas mais sensíveis começam a perceber que tem algo de especial em estar ali e conviver com aquele povo. Muitos viajantes chegam e não querem mais embora. Por esta razão, os vistos indianos são caros e de curta duração.

AeO - Como um visitante deve se aproximar destas cidades no que toca à sua preparação, à sua atitude e às suas expectativas?
LT - Atualmente tu podes agendar tudo pela internet. Mas se tu quiseres a ajuda de uma boa agência, tem escritórios de viagens especializados no Oriente que escolhem o hotel, translado com guia e principais passeios. Tu podes fazer a viagem mesmo sozinho, que não há problema. Sempre tem alguém para conversar contigo em inglês. E o melhor: não tem a violência urbana diária do Brasil. Em seis viagens para a Índia que já fiz, nunca tentaram me roubar nada. Mesmo deixando lindos calçados no chão e bolsas cheias nos armários das entradas dos templos, ninguém toca. Tem ainda as excursões organizadas para quem curte, o que não é o meu caso. Também, tem muita gente viajando em grupo de amigos.
São viagens para quem gosta de aventura e não é muito medroso. A atitude de educação no contato, como em qualquer lugar, faz toda a diferença. Chegar com um sorriso, falando macio, com as palavras mágicas (por favor, com licença, desculpa e obrigado) faz toda a diferença. Se chegar estressado, grosso, falando alto, como vi muitos brasileiros fazendo no exterior, tu estás ralado, pois tudo vai dar errado e o indiano trava no atendimento.

AeO - Como você vê o Himalaia junto a estas três cidades do ponto de vista físico e do espiritual para seus moradores?
LT - A natureza para eles é Deus. Tudo que existe no mundo, que parte da natureza, foi feito por Deus e deve ser admirado como tal. Eles rezam todo o dia para a natureza, seja para uma vaca, para o sol ou para as flores. O Himalaia é uma das expressões máximas da natureza pela sua grandiosidade e imponência. Para os hinduístas, os deuses vivem todos no Himalaia. Os sadhus (homens santos renunciantes) estão todos em meditação no Himalaia, nas cavernas, criando energia positiva para combater o que a humanidade faz de porcaria no cotidiano. Tu encontras os sadhus, que são muitos e magros, quando eles descem para buscar água no Ganges, com seus baldinhos de cobre, alguns totalmente nus.

AeO - Até que ponto a mistura das religiões mantém tantas etnias e classes sociais aparentemente em harmonia?
LT - O indiano nunca te pergunta de que religião tu és, o que tu estás fazendo dentro do templo deles, se está rezando direito. Tirando o sapato e não estando nas “regras”, pode entrar em 90 por cento dos templos no país. Tem japoneses, alemães, franceses, americanos e israelitas dentro dos templos, em meio às rezas, com exceção dos muçulmanos que frequentam somente suas mesquitas. Já os indianos não frequentam as mesquitas. Os hinduístas acham o máximo tu prestigiares as festas religiosas deles. Eles acham auspicioso este interesse dos estrangeiros pelos valores hindus.
A questão das classes sociais é bem mais complicada, pois eles acreditam que se o indiano nasce para ser pária (a mais baixa classe), ele tem que se conformar, pois foi Deus quem quis assim. E o pária, em sua maioria, também concorda com este pensamento e vive feliz na sua paupérrima condição. Mesmo assim, é possível o casamento de pessoas de classes diferentes, embora pouco usual.

AeO - O consumo, o garoto com a camiseta do Nirvana, a foto de Che numa
vitrina, as mulheres que oram do lado de fora das mesquitas, o lago que encanta com a lua mas que recebe todos os dejetos, a fé absoluta: qual o futuro que você enxerga para estas cidades e suas pessoas?
LT - A globalização, com a consequente perda da diversidade, está chegando aos poucos, bem de mansinho, no subcontinente. Consigo observar muitas mudanças nestes últimos dez anos em que tenho ido à Índia. A questão maior do momento é a entrada violenta da TV a cabo com os filme norte-americanos. Assim como eles têm que evoluir e não passar o tempo todo assistindo musicais artisticamente muito simples feitos em bollywood, as meninas jovens em Bombaim já querem se vestir como as adolescentes dos Estados Unidos. As propagandas ocidentais vão se espalhando muito rápido e estimulando o consumo. A internet está direto no trabalho e em muitas casas. Os celulares aumentam o tempo todo nos trens, ônibus e ruas. Mas ainda tem cidades no interior que te lembram dos pastores na época do nascimento de Cristo, onde nada parece ter mudado.
Tem poucas mesquitas em que as mulheres podem ficar juntas com os homens. Os muçulmanos gostam de separar os sexos na hora da reza, pois dizem que a união no mesmo ambiente tira a concentração em Deus. As mulheres devem vir de lenço para não chamar muita atenção do público masculino. Muitas já usam jeans e roupa contemporânea. As mais velhas são as mais cobertas.
Nos templos e nas ruas, as indianas deixam a cabeça destapada, mas não mostram pernas nem ombros. Mas podem mostrar a barriga se quiserem. As ocidentais entram de qualquer jeito, mas se tiverem de pernas de fora ou roupa colada, vão chamar muita atenção dos homens.
A questão da poluição da água nas três cidades é violentíssima e assustadora. Não parece que vai melhorar minimamente em curto prazo, só tendendo a piorar. Não se vêem campanhas de saneamento e cuidados na televisão, mas tem vários toques nos jornais. Quando tu passas por Delhi, para seguir viagem para outros destinos, a cidade está irrespirável no momento.
A questão da fé é que segura a onda da não-violência, quando não parte para o fanastimo. É também o que controla muito o baixíssimo consumo de álcool e drogas.
Vejo um futuro promissor para a Índia e também para o Nepal porque o desenvolvimento destes países na internet é imenso. Os cérebros indianos são disputados pelos ocidentais já quando estão saindo da faculdade. Também indianos e nepaleses não são preguiçosos. Eles trabalham muito e, mesmo se não tem trabalho, andam de um lado para o outro em busca do que fazer. Os indianos alegam que consomem muita pimenta e pouca carne, por isto a grande agilidade.


AeO - A resistência pacífica ao opressor: como você vê a questão do Tibet sendo tratada na Índia e no Nepal? Até quando haverá paciência para esperar pela liberdade e pelo fim da censura e das mortes aos tibetanos?
LT - Não tem um dia na vida dos tibetanos no exílio em que eles não lembrem , seja na reza, fala ou pensamento, que estão fora de sua terra e que suas famílias e monges foram dizimados. Eles consideram os chineses uns monstros. A questão é que os monastérios foram destruídos em sua grande maioria, suas casas reabitadas e muitas famílias tibetanas seguiram na cidade e convivem com os chineses. Têm tibetanos espalhados por toda a Índia e Nepal. O fato do Dalai Lama também estar exilado vivendo na Índia, atenua um pouco a situação do povo por estarem juntos ao seu líder. Os hinduístas e nepaleses também admiram muito o Dalai. Não vejo como próxima a volta dos exilados porque os chineses não querem nem ouvir falar no assunto. São 52 anos de exílio e muitos já morreram de velhos. Nesta manifestação pacífica que filmei, os tibetanos cantam mantras 24 horas por dia para pedir ajuda para sua situação. É muito emocionante e única a forma de os tibetanos expressarem sua infelicidade.

AeO - Qual a consciência de sua importância como pólos de turismo e de
Reflexão que você viu nestas cidades?
LT - Na Índia, eles adoram os turistas por causa da entrada de divisas. Tu és visto como um cofre ambulante. Os pobres mendigam o tempo todo (não os muçulmanos). Mas mesmo quando tu não dás dinheiro ou não compra nos mercados e lojas, eles estão satisfeitos com a tua presença. Querem saber do teu país, sempre com as mesmas perguntas. Adoram que tu compareças nos casamentos e aniversários deles, pois os ocidentais trazem sorte, segundo eles. O governo indiano ganha muito dinheiro com a liberação dos vistos de entrada e os europeus compram muito ouro, tapetes, esculturas e mandam entregar na Europa. É muito barato em comparação com os preços ocidentais e os artigos chegam inteiros no destino. Os hotéis de alto luxo, sem comparação com o Ocidente em termos de arquitetura de interiores, estão sempre cheios. Os indianos têm consciência da importância da Medicina deles (ayurveda) e dos ensinamentos do yoga, mas o governo e os empresários querem que a Índia seja reconhecida pelo seu grande potencial econômico. Muitos desprezam exatamente a sua maior riqueza que é a tradição do ensino ancestral do yoga.
Em Katmandu, os moradores nem te olham direito e não fazem a mínima força para serem agradáveis. A cidade é cheia de montanhistas, alpinistas e exploradores ocidentais, sempre subindo e descendo do Himalaia. O povo parece estar cansado dos turistas, mas sabe que ganha muito com o turismo.

AeO - Os Beatles abriram, para o mundo ocidental, a realidade de uma sociedade até então fechada, ou aberta para muito poucos. Com a morte do Maharishi e o consequente abandono de seu ashram em Rishikesh, o que ficou desta revelação, inclusive para os moradores e próximos?
LT - Os indianos não parecem ter maiores informações sobre os Beatles e principalmente de tudo que se passou em Rishikesh. Eles sabem que os monges começaram a migrar para o Ocidente e que passaram a ficar muito ricos. Como as terras do Maharishi hoje em dia pertencem ao governo, por causa de uma grande briga sobre impostos, tudo está até hoje intocado, com exceção da depredação. Eles não parecem ter interesse em fazer nada no local no momento, mas acho que vão acabar fazendo, pois é inigualável e personalíssima a beleza do lugar. Se fosse nos EUA, seria mais um parque temático, com direito a dormir nas casinhas de meditação, pagando muito bem. Para o turista comum, Rishikesh não agrada muito, pois é uma cidade que não tem álcool nem carne à venda, com rede hoteleira precária.

AeO - Você uniu um sincero e apaixonado relato de viagem com informações
objetivas sobre yoga. É possível que alguém que não saiba nem mesmo respirar direito aprenda um pouco deste manancial numa viagem como essa?
LT - Sim. Apesar de já ter muito conhecimento de yoga, pois já estudava e praticava há 15 anos, quando fui para Índia aprendi muito nas pequenas aulas de que participei, nas diversas cidades que visitei. Principalmente com um mestre de 80 anos em Delhi. Também tem o pessoal mais radical que se interna em ashrams (centros de hinduísmo com pratica de yoga e meditação intensiva) e fica lá por um bom tempo até se espiritualizar profundamente ou abandonar de vez a prática. Nunca tive oportunidade, nem tempo, nem abnegação suficiente para me hospedar em um ashram. Acho que quando ficar mais velha conseguirei.

AeO- Os sons, os sabores, as massagens, a questão cármica e da consciência, o equilíbrio do ser humano consigo mesmo, suas crenças e seus lugares: como
trabalhar estes fatores mesmo sem poder viajar para 3 cidades perto do céu?
LT - Fazendo aula de yoga e meditação (a meditação faz parte do yoga) no Brasil, onde já existem excelentes escolas, já dá para o ser humano conseguir uma boa paz de espírito e desenvolvimento da consciência para as coisas que realmente interessam na vida. Ouvir boa música indiana, como os mantras cantados, e também a música erudita, é muito recomendável para a purificação do espírito. A leitura de livros sagrados, de experiências de yogues antigos e atuais, relatos de professores, tudo ajuda na busca pela chamada consciência interior. Tu não precisas virar um monge para melhorar tua vida no cotidiano, mas pequenas mudanças no estilo de vida, como comer menos carne ou nenhuma, beber pouco ou não beber, reciclar, tratar bem dos bichos e preservar a natureza, já produz um bom karma. A escolha de um estilo de vida mais simples também é importante neste caminho. O cigarro e os barbitúricos atrapalham demais, principalmente na questão da respiração yogue, no pranayama. A meditação diária muda tua vida um pouco a cada dia. Ela é o mais fundamental em todo este processo

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dia Nacional da Adoção



Confira o texto que retiramos da página do IBDFAM (instituto Brasileiro de direito de Família)


Brasil comemora nesta quarta-feira Dia Nacional da Adoção


24/05/2011 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM


O País comemora nesta quarta-feira, 25 de maio, o Dia Nacional da Adoção. A data foi instituída no Brasil em 2002 por meio da Lei 10.447. Desde então, alguns avanços foram conquistados nessa seara. Para o diretor nacional do IBDFAM, Rolf Madaleno, a Lei 12.010 - de 2009- é o principal progresso. Ele explica que a lei de 2009 trouxe três principais avanços.
O primeiro deles é a preocupação com a inserção do jovem em sua família biológica. A lei traz o conceito de família extensa, segundo o qual devem ser esgotadas todas as tentativas do jovem ser adotado por parentes próximos, sejam eles tios, primos, cunhados, dentre outros.
Outro aspecto ressaltado por Madaleno é a criação do Cadastro Nacional, o que, de acordo com ele, "possibilitou que crianças e adolescentes fossem adotados por pessoas de outras cidades, municípios e estados". O terceiro avanço da legislação é a validação da paternidade socioafetiva. Isso significa que meninos e meninas que não sejam legalmente adotados, mas que já participam do convívio familiar e tenham construído laços afetivos não possam ser separados de sua família afetiva.
O que avançar - Apesar das mudanças, o processo de adoção ainda tem falhas e precisa ser aprimorado. Rolf considera que a lei brasileira não tem mecanismos para facilitar e agilizar a adoção de crianças mais velhas e adolescentes. Ele explica que, no Brasil, "os pretendentes a pais preferem crianças brancas com até três anos", atitude que diminui as chances de muitos jovens encontrarem um lar. Madaleno considera que uma ação que poderia minimizar esse problema é facilitar a adoção por estrangeiros. "Muitos estrangeiros querem adotar e não se preocupam com a idade e com a cor da criança, eles só querem um filho", afirma. Além da adoção por estrangeiros, é possível ainda incentivar que brasileiros adotem crianças que não se encaixem no padrão geralmente escolhido pelas pessoas.Para tanto, o governo lançou, no último dia 24 de maio, a campanha "Família para Todos". O objetivo dessa ação é motivar pretendentes a pais a adotarem crianças mais velhas e de todas as etnias.Outra questão que a lei inviabiliza e que causa polêmica é a adoção dirigida. Hoje não é legal que uma mãe escolha quem ela quer que crie seu filho, quando a criança é colocada para adoção a preferência é dada para quem está na fila. Porém, o diretor do IBDFAM relata que isso faz com que muitas famílias que receberam um filho, vivam na marginalidade. Para ele, a lei deveria ser mais flexível e analisar a especificidade de cada caso.
Extensão de direitos - Outra discussão que não pode deixar de ser tratada a respeito do tema é a adoção por casais do mesmo sexo. Na visão do diretor, a decisão do Supremo Tribunal Federal do dia 5 de maio de 2011 - que reconheceu as uniões estáveis homoafetivas - resolve essa questão. Isso porque "seria discriminação impedir que casais homossexuais adotem filhos, já que possuem os mesmos direitos de casais heterossexuais", argumenta. Antes da decisão unânime do STF, apenas uma das partes podia adotar, legalmente, uma criança. A expectativa agora é que a adoção seja concedida ao casal e que a criança possa ter registrado em sua certidão de nascimento sua verdadeira filiação.

terça-feira, 24 de maio de 2011

O DISCURSO DE CASAMENTO



Não sei bem se foi um convite espontâneo, ou se pelo fato de eu desde pequena ter a mania de fazer discursos para a família, e também por ser advogada, que minha irmã e meu cunhado me convidaram para fazer o discurso do casamento deles.
Realmente fiquei bastante feliz, mas confesso que foi uma responsabilidade e emoção muito grande.
Então resolvi dizer as seguintes palavras:
“Observei nestes anos, que muitos de nós, tem uma preocupação em comum: todos queremos conhecer bem a pessoa antes de casar. Se a Jocasta e o Clezio se conhecessem hoje e resolvessem casar amanhã, muitos de nós diríamos: que loucura eles nem se conhecem direito!
Mas também observei que logo depois de casar, a maioria de nós esquece de continuar com esta preocupação. A preocupação de conhecer o outro.
Muitos casais chegam, e dizem: eu não conheço mais esta pessoa com quem me casei.
Isso acontece porque eles esqueceram de se olhar.
Então, eu desejo que vocês se olhem todos os dias daqui para frente.
Se olhem com o mesmo olhar de curiosidade que se olharam pela primeira vez.
Que continuem fazendo planos, e querendo fazer parte do plano do outro.
E nestes planos estou incluindo o de dar a volta ao mundo, ou tomar um café na padaria da esquina, mas o mais importante é não conseguir imaginar um grande momento sem aquela pessoa ao seu lado. Como este que esta acontecendo hoje.
E grandes momentos não significam apenas os bons, mas nos grandes momentos também devem estar inclusos os de dificuldade (conflitos), pois somente através das dificuldades enfrentadas é que vocês conhecerão o gosto da superação. E só quem supera é quem ama.
Sejam compreensivos quando o parceiro estiver atravessando uma tempestade, é quando ele mais precisara do teu amor.”
Jocasta é metade filha e metade irmã o cunha é mais um presente dos anjos que recebo – quanto mais eu te conheço mais eu te gosto.
O que eu desejo? Toda a felicidade do mundo!

O Buquê

Fonte: http://baby-fazendodiferenca.blogspot.com/




"A tradição do buquê de noiva está ligada a simbologia da vida, já que as flores são os órgãos reprodutores das plantas, portanto está ligada a fertilidade.


Acredita-se que o buquê teria surgido na Grécia como uma espécie de amuleto contra o mau-olhado e, o buquê era feito com uma mistura de alho, ervas e grãos. Esperava-se que o alho afastasse maus espíritos e as ervas ou grãos garantiam uma união frutífera.


Na Idade Média era comum a noiva fazer o trajeto a pé para a igreja e no caminho recebia flores ou ervas e temperos para trazer felicidade e boa sorte. Ao fim do trajeto ela tinha já formado um buquê e cada um destes presentes tinha um significado referente, assim os antigos romanos costumavam atirar flores no trajeto da noiva, pois acreditavam que as pétalas fariam a noiva ter sorte e dar carinho ao marido.


Na Europa, durante a Idade Média, os arranjos começaram a tornar-se mais sofisticados, devido à chegada de flores exóticas.Na época Vitoriana, era impróprio declarar abertamente seus sentimentos, criou-se então a “Linguagem das Flores” para demonstrar suas intenções sem falar uma palavra sequer. Os buquês passaram a ser escolhidos por causa do significado das flores.


Na antiga Polônia, acreditava-se que, colocando açúcar no buquê da noiva, seu temperamento se manteria "doce" ao longo do casamento.Antigamente havia o hábito de guardar o buquê sob uma redoma de vidro, exposto sobre algum móvel na sala ou na cômoda do quarto.


Nos dias de hoje, o buquê é essencial para que o traje da noiva esteja completo. Ele pode ser feito de flores naturais ou artificiais.Nos casamentos realizados na parte manhã ou a tarde, é aconselhável que o buquê seja de pequeno ou médio porte e com flores do campo ou flores coloridas, já para as cerimônias a noite recomenda-se buquê maior com flores mais nobres e chamativas.


Os formatos dos buquês podem ser: pequeno e redondo, cheio e redondo, tipo cascata ou tipo braçada.Lembre-se que os buquês em flores naturais devem ser conservados em água ou no refrigerador, dependendo da flora, até a hora do casamento.


O importante é você escolher um buquê de acordo com seu vestido e personalidade e caso você não queira se desfazer do buquê então faça outro para ser tradicionalmente jogado às convidadas. Essa tradição já era praticada na antiguidade e por isso confeccionava-se dois buquês: o primeiro, abençoado pelo sacerdote era guardado.


O segundo, era lançado em direção às mulheres solteiras. Aquela que conseguir pegá-lo, teria a sorte de ser a próxima a casar.


Abaixo os significado das flores:·


Cactus: perseverança

·

Copo de leite: reconciliação·


Tulipa: declaração de amor·


Coroa imperial: majestade, poder·


Margarida: inocência, virgindade·


Camélia: beleza perfeita·


Cravo amarelo: desprezo·


Lírio: pureza·


Miosótis: fidelidade·


Flores do campo: juventude·


Celósia: fertilidade·


Cravos variados: rejeição·


Crisântemo: paixão·


Rosas: amor em suas várias formas·


Dália: crescimento·


Hortência: frieza, indiferença·


Dedaleira: falsidade·


Gerânio escuro: tristeza·


Dente-de-leão: oráculo·


Gérbera: vida, energia


Fonte: SOS noivas, Superinteressante, períodicos entre outras fontes na internet.


A JOCASTA QUERIA UM BUQUÊ DE ROSAS CAROLINAS VERMELHAS.


O significado deste buquê para minha irmã, é muito especial.


Significa o amor dos pais dela. Como o pai esta em memória, ela sonhava em carregar nos braços o buquê de rosas carolinas.


Ocorre que uma hora antes da cerimônia iniciar ficamos sabendo que não haveria buquê de rosas carolinas!


Nossa que correria!! Eu, Jamille (madrinhas) e a Leda da estética, saimos correndo pelas ruas de Guaíba em busca das rosas carolinas, e de alguém disposta a fazer o buquê em menos de 30 minutos.


O resultado?




Conseguimos!!!!

Às vezes eu realmente acho que o amor move montanhas!

Pedido de Casamento Gay

São Paulo registra o primeiro pedido de casamento gay


23/05/2011 Fonte: Espaço Vital


Luiz Ramiris, 51, e Guilherme Amaral Nunes, 25, formalizaram na sexta-feira (20) o primeiro pedido, no Estado de São Paulo - possivelmente o primeiro também no Brasil - de conversão de união estável de pessoas do mesmo sexo em casamento. A apresentação dos documentos foi feita no 34º Cartório de Registro Civil de Cerqueira César, na região central de São Paulo.


O cartório na rua Frei Caneca, via pública conhecida por ser um reduto gay, é um dos três registros civis da cidade que aceitam converter esse tipo de união em casamento, após o STF ter reconhecido que casais homossexuais também formam famílias. As informações são da Folha de SP.


A decisão do STF, de 5 de maio, não menciona diretamente que gays agora podem converter a união estável em casamento. Isso quer dizer que o pedido do casal ainda poderá ser negado. No casamento, as pessoas mudam de estado civil, enquanto na união estável não há essa mudança.
O juiz da 2ª Vara de Registros Públicos da Comarca de São Paulo, Guilherme Madeira Dezem, diz que ainda precisa formar opinião sobre a conversão de uniões gays em casamentos. "Há vários posicionamentos na doutrina."


Ramiris e Nunes esperam que o casamento resolva algumas coisas. "Queremos comprar um imóvel e resolvemos casar para facilitar a questão do financiamento", afirmou Ramiris, cujo apelido é Lula. Há quase cinco anos juntos, eles se consideram "um casal moderno".


"Nós nos conhecemos pela Internet. Nos encontramos um dia em uma praça e eu levei um vinho branco. Ele me pediu em namoro", contou Lula. Os dois passaram a morar juntos oito meses depois e em 2007 registraram uma escrituram de união estável.


O procedimento no cartório durou 20 minutos. O texto do documento assinado pelos companheiros foi preenchido pela funcionária. Em vez de noivo e noiva, eles foram chamados de "pretendentes".

O cartório ficou repleto de olhares curiosos. "Deus me livre", disse uma mulher, ao ver o beijo do casal. Parentes de noivos hétero que celebravam o matrimônio viraram as costas para o casal gay.


Segundo o registrador titular do cartório, Adolpho da Cunha, o edital do casamento será levado para publicação até segunda num jornal local. Ele abrirá vistas do processo para um juiz e o Ministério Público. "Se não houver oposição ou impedimento, o casamento será oficializado" - disse.